terça-feira, 30 de março de 2010

Tracy Chapman



Tracy Chapman, nasceu em Cleveland, Ohio, em 30 de março de 1964. 
Toca guitarra e escreve canções desde criança.
Cantora de música pop, R&B jazz e soul, venceu várias vezes o Grammy, sua voz bastante grave, às vezes é confundida com uma voz masculina. 
Tracy é notoriamente privada quanto à sua vida particular, inclusive sendo considerada bastante reclusa. 
Adoro essa neguinha... esse sorriso... essas covinhas...

terça-feira, 16 de março de 2010

Autoridade Dourada e Racista


O sucesso do gaúcho Marcelo Dourado junto às audiências do BBB10 levanta um problema fundamental da vida humana: o desejo - às vezes inconsciente – da maioria por autoridades perversas. A autoridade perversa é, segundo a psicanálise, aquela inevitavelmente masculina, narcisista, pesada, auto-interessada, arbitrária e, quase sempre, tirânica. E esse tipo de autoridade tem um apelo misterioso junto às massas.
Freud já tinha dito que nós, seres humanos, temos uma espécie de fome de dominação e de ordem que se acentua nos momentos em que a vida nos parece desordenada e confusa. Partindo dessa proposição freudiana, é possível dizer que a presença dos “coloridos” e de seus simpatizantes no BBB10 e suas “licenciosidades” ou “libertinagens” perturbaram as audiências heterossexuais e tradicionais. É como se o fato de o programa abrigar um “sapatão”, uma drag queen e uma “bicha” andrógina pós-adolescente, bem como uma desinibida dançarina de boate, uma policial militar boquirrota e que se diz sexualmente desenfreada e um judeu editor de pornografia; é como se o fato de o programa abrigar essa fauna diversa ameaçasse os valores morais das audiências heterossexuais e zelosas da família tradicional; como se derrubasse suas certezas e mergulhasse suas vidas interiores num caos.
Por isso, Marcelo Dourado, ao se opor explicitamente à “licenciosidade” dos coloridos, emergiu como o líder de caráter fascista, que satisfaz a vontade geral de ordem e segurança. Quando as pessoas são assoladas por dúvidas, esse tipo de líder traz a segurança da “verdade”; do que é “verdadeiro” e “certo”, logo, confortável. Não por acaso Dourado cresceu na preferência dessas audiências depois da afirmação de que homens que transam apenas com mulheres não se infectam por HIV, o vírus da AIDS. Nada mais confortável para uma maioria ameaçada por uma doença ainda incurável que saber que a mesma não lhe pode atingir, mas, apenas aqueles cujos modos de vida ela reprova, ou seja, os homossexuais. Essa afirmação de Dourado é equivocada e preconceituosa, é claro, mas, o líder fascista também se caracteriza por carisma capaz de levar as massas a engolir mentiras como se fossem verdades. Líderes assim são especialmente atraentes para jovens e mulheres, que são a maioria entre as audiências do BBB.
Dourado encarna a totalidade das aspirações da maioria heterossexual, mesmo que as audiências que lhe apóiam não estejam conscientes dessas aspirações (com certeza não estão, por isso, é que procuram justificar seu apoio ao gaúcho e sua identificação com a homofobia do mesmo no fato de ele “dizer as coisas na cara, mesmo as mais desagradáveis”).
Dourado tem as características daquele “ridículo tirano” a que Caetano Veloso se refere na letra de Podres poderes, ou seja, é tirano, mas, é passível de provocar riso. Há, por exemplo, quem ache muita graça em vê-lo arrotar à mesa. Aliás, não foi sobre Caetano Veloso que Marcelo Dourado disse que gostaria de vomitar? Sintomático...
Esse tipo de líder permite alguns excessos, mas, sob certas condições prescritas. Por exemplo, Dourado tolera as excentricidades de Serginho desde que ele não fale de suas relações sexuais nem se oponha deliberadamente à ordem heterossexual que ele defende. Ora, é fácil tolerar um gay
 quando ele tem homofobia internalizada, é despolitizado, está reduzido ao estereótipo da “bicha louca” e, por isso mesmo, justifica a opressão que a maioria heterossexual exerce contra os homossexuais. Logo – e entendam isso de uma vez por todas - o gaúcho não deixa de ser homofóbico por causa dessa aproximação com Sérgio, muito pelo contrário.
Como eu sei que todo líder fascista é auto-interessado, eu não me deixei seduzir pelos elogios de Dourado à minha pessoa, afinal, ele sabe que eu gozo de alguma popularidade e prestígio, logo, não me criticaria abertamente; ao contrário, principalmente quando há um milhão e meio de reais em jogo. Por essa grana, ele sempre faz o jogo de “assoprar depois de morder”, ou seja, de posar de bacana depois de uma cena de fúria homofóbica, como naquela em que xingou Dicésar de “viado”, ressaltando, nesta palavra, toda sua carga negativa (sem contar que oposição “viado” versus “homem”, presente em sua frase para Dicésar, é típica da estupidez homofóbica e machista de quem não quer ver ou finge não saber que todo “viado” também é homem; alguns são até mais homens que o próprio Dourado, no sentido de que sabem conviver com os diferentes e respeitá-los verdadeiramente, sem interesses).
Sua ascensão é parte da histórica necessidade que a maioria tem de verdade, de ordem, de lei e de rei. Mas, ao mesmo tempo, essa necessidade pode resultar na destruição de méritos importantes dos seres humanos, como a democracia, as liberdades civis e o direito de livre expressão das sexualidades e de outros modos de vida que não aqueles celebrados em comerciais de margarina. E por que venci a quinta edição mesmo sendo gay assumido? Ora, porque todas as minhas outras qualidades ficaram maiores que a minha orientação (era como se as pessoas desculpassem o fato de eu ser gay por ser, ao mesmo tempo, honesto, íntegro, bom e inteligente); porque eu era o único em um grupo majoritariamente heterossexual, logo, não representava uma ameaça às audiências; e porque a minha história de vida se parece com a de todo brasileiro que vence a pobreza através da educação; e porque eu apenas disse que era gay, não vivi minha sexualidade (e foi me comportando assim que consegui negociar minha permanência). Ficou difícil torcer contra mim. No BBB10, a maioria das audiências encontrou as condições ideais para voltar à velha homofobia. 




Jean Wyllys

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher



O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de Março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.


No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.


Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária.


Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.


1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em Dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.


Parabéns a todas elas.