segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CAVALO PRETO


Existe um ser que mora dentro de mim
como se fosse casa dele, e é.
Trata-se de um cavalo preto e lustroso
que apesar de inteiramente selvagem
– pois nunca morou antes em ninguém
nem jamais lhe puseram rédeas nem sela
– apesar de inteiramente selvagem
tem por isso mesmo uma doçura primeira
de quem não tem medo:
come às vezes na minha mão.
Seu focinho é úmido e fresco.
Eu beijo o seu focinho.
Quando eu morrer,
o cavalo preto ficará sem casa
e vai sofrer muito.
A menos que ele escolha outra casa
e que esta outra casa não tenha medo daquilo
que é ao mesmo tempo selvagem e suave.
Aviso que ele não tem nome:
basta chamá-lo e se acerta com o seu nome.
Ou não se acerta,
mas, uma vez chamado
com doçura e autoridade ele vai.
Se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre,
ele trota sem ruído e vai.
Aviso também
que não se deve temer o seu relinchar:
a gente se engana e pensa
que é a gente mesma
que está relinchando de prazer ou cólera,
a gente se assusta com o excesso de doçura
do que é isto pela primeira vez.


Clarice Lispector

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Idade de Ser Feliz




Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

Mário Quintana

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O dia em que Alfredo virou a mão

Claudio Ramos levou a peça "O dia em que Alfredo virou a mão" aos palcos do Teatro Solar. A peça, de João Bethencourt foi encenada mês passado por um grande elenco de atores locais.






segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ESTREIA


Oie

Tô embarcando nessa...
quero conhecer outros portos...
outras linguagens.
Ainda não sei que rumo tomar...
por enquanto vou deixar o vento me levar...
quem sabe num tomo gosto??
se quiser, pode me acompanhar...
vai ser um prazer ter você em minha companhia...

vamos lá???