domingo, 20 de fevereiro de 2011

Acuado


Naquela esquina não passo.
Alguém vai me inquirir,
não vou responder
tudo o que sei do que fiz.


Também não.
Naquela rua, não ando
Vão me intimidar.
Não vou corresponder
nem prá ser feliz!


Naqueles bares não entro
no convite à bebida,
posso vacilar,
tenho que segredar a razão das reações.


Minha liberdade é pequena,
tenho o tamanho de uma dívida
cerceada pela cobrança.


Gostaria de viver escondido
entre o colchão e a cama
sem respirar, com receio
da procura que não se cansa.


Qualquer "psiu" me identifica
Paro e olho instintivamente
É a conspiração do medo.
É a vontade de fugir
que me faz parado...


Até agora só falei de amor.

Daltemar C. Lima

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